sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O fim!



Voltei minha galera!

Vamos ao momento mais esperado da minha viagem, o final, a hora de promover o saldo de tanta coisa, de tantos lugares, paisagens, momentos, países, apertos, risadas, choros, frio, pessoas, culturas, convívios, trocas, encontros, desencontros!
Quando tive a idéia de fazer o blog pensei em atualizá-lo sempre, com a esperança de que todo dia eu tivesse uma grande novidade para contar, uma foto para postar, algum acontecimento novo para contar aqueles que me ouviam, que me liam, que se relacionavam comigo, tentando estar mais perto de mim ou simplesmente ver o que eu andava aprontando por aqui. Mas não, a vida é uma grande rotina. Chego a essa grande conclusão. Tudo se encaixa e normaliza. Na Europa vende sabonete, tem feijão enlatado, existe produto de higiene pessoal, existe filme pra assistir online, final de novela do Brasil, início de novela brasileira começando aqui.  A faculdade é a mesma, mas as pessoas costumam assoar o nariz com normalidade e na maioria das vezes os professores não gostam muito dos brasileiros, ou num primeiro momento estranham a gente. O ensino é menos qualificado que no Brasil, as discussões têm um nível bem mais baixo que as das nossas instituições de ensino. Esse é mais um mito que desvendei aqui: estudar na Europa é bom, mas nada daquele sonho que todos imaginam ser. Enfim, voltando ao que ia dizendo...sobre a atualização do blog...as principais notícias eram das viagens que felizmente começaram a ser tantas, mas tantas, mas tantas, que deixei de atualizar o blog muitas vezes. Quando postava, ainda colocava muitas fotos, tive meu limite excedido na conta do gmail, um trampo só! Com tantas viagens, chego a outro mito desvendado: viajar cansa. Pelo menos do modo em que eu acostumei a viajar nos últimos seis meses, mudando de país como se fosse um macaco mudando de galho querendo encontrar um monumento que se sobressaísse ao outro, uma comida típica que fosse mais gostosa que a do outro país, uma pessoa mais hospitaleira que a do outro lugar que você estava a algumas horas atrás.
Com uma mochila nas costas, uma mochila que devia ter o peso e todas as medidas que a empresa de aviação low coast te determinava muito antes de você começar a viajar. E antes de viajar você ainda tem que se preocupar com tanta coisa, mas tanta! Roteiro, ir onde, qual país, dormir onde, em qual aeroporto ou estação vamos dormir para economizar, qual hostel vamos ficar (tem que ser muito barato e ainda ter café da manhã), fazer reserva disso tudo, comprar todas as passagens, avisar e ajudar aqueles que tem mais dificuldades com esses trâmites de viagens, se localizar no país (isso! Tem que haver mapas, direções para sair do aeroporto, como chegar no hostel, qual a língua, qual a moeda), imprimir tudo isso que acabei de falar, separar pra todo mundo, comprar lanche, fazer mala, entrar no skype pra despedir, sacar dinheiro, ver timetable de transfer, fazer contas, ter quanto por dia (2, 5, 7, ou 10 euros?), e mais contas, quantos museus vamos poder entrar! Tudo isso! É, eu não achava que pudesse falar isso, mas viver na normalidade é bom demais. Sinto saudade de acordar e não ter que pensar em nada, ou apenas ter que ir a faculdade e ao trabalho, ver TV, brincar com minha cachorra, esconder do bicho papão com minha sobrinha, fazer almoço sem obrigação. Mas, mesmo com tudo isso, eu amo viajar.
Vou sentir muita falta disso tudo. Realmente em um livro que tive contato na faculdade dizia que viajar era uma arte, quantas frases e textos sábios de Amyr Klink que se tornaram verdade na minha frente, se concretizaram de fato. Um homem realmente precisa viajar, ir ver o que tem no mundo, ir descobrir que existem pessoas muito melhores e muito piores que você achava. Que existe luxo que você nunca pensou que pudesse ver um dia. Que a pobreza está aí, com os moradores de rua congelando enquanto fazia -15 em Praga e eu estava ali turistando. Que existem anjos, anjos de verdade, aquelas pessoas que Deus coloca na sua frente com uma carona em Estocolmo durante a madrugada, um velhinho em Paris que te dá todas as dicas da cidade num trajeto de trem de 40 minutos, uma senhora que te dá uma carona em Bruxelas e que só fala francês, mesmo assim ela te trata como mãe, arrisca seu inglês até então adormecido desde a escola. Aquelas duas policiais que deixam você passar uma noite na delegacia sem o menor problema (na tentativa de fugir do frio da rua, hehehe). Quantas pessoas pedi informação em 6 meses? Precisei muito de ajuda, de coordenadas, tentando me comunicar em sei lá quantas línguas fui submetido a falar, a tentar sugar alguma coisa boa daquele diálogo.
O que seria do mundo sem os meios de transportes? MEU DEUS. O mundo gira, e ele só gira mesmo porque existe avião, carro, trem e ônibus. A importância disso é surreal, de verdade, as coisas não existiriam. Os meios de transportes te possibilitam ir ver o outro, ir conhecer outro mundo, um mundo paralelo daquele que você vive. Ir encontrar pessoas de todas as raças, cheiros, sorrisos, crenças, peles, sexos, ideais, mentes. E você vai aprendendo, vai juntando na sua cabeça um grande livro que te faz pensar no seu orientador que te disse: “Seu maior aprendizado vai ser mesmo fora da sala de aula aí, não se preocupe”. E isso é a mais pura verdade, o mundo é uma grande sala de aula, um camaleão que fica mudando de cor na sua frente e você pode ver tudo isso e não enxergar nada, você tem que abrir e olhos e ver, ver de verdade, se jogar.
Outra coisa é a mobilidade das coisas, as pessoas vão e voltam de uma maneira tão natural que assusta, a modernidade muitas vezes não trabalha no mesmo ritmo da nossa cabeça, é demais. Um dia estava aqui e no outro minha irmã estava aqui passando natal comigo, viajando para um bocado de países, sentindo frio e carregando a tal da mochila igual a mim. Já no dia seguinte você despede e ela volta pro Brasil, em horas já está na sua casa, e você vai rodar mais uma dezena de países até reencontrá-la de novo. Você conhece uma pessoa no Porto e encontra a mesma em Liverpool, você cruza com conhecidos em Londres como se fosse um pequeno bairro do mundo. Você de um dia para o outro consegue estar em 4 países num mesmo dia! Estar em dois continentes no mesmo dia, fazer todas as refeições do dia em países diferentes. Não que essas refeições fossem refeições de fato, são euromenus do McDonalds, SEMPRE, hahaha.
Rodei, rodei bastante por aí! Sente só!


 O verão do Algarve, ôooooo saudade!!!
 A roupa suja do primeiro dia em Lisboa, mala perdida, mas tudo perfeito!

O calor de Sevilha, o primeiro contato com a Espanha, que cidade mais foda!

Dormindo no carro em Isla Canela, na Espanha, que perrengue! Mas tinha vinho e comida adoidado!

Nascer do sol em Isla Cristina, demais!

Tarde de verão na ilha deserta, 5 euros a ferrie, saudade!


Viagem pro Algarve, dois carros, o pior hostel de todos em Lagos, viagem do caramba!

Sintra, calor demais, dia a base de batata e refrigerante!

Galera indo pra Barcelona, saindo de Porto...A saga infinita da Ryanair, obrigado!

Ah Porto, Porto belo! Traçando os mochilões com Maria, bebendo vinho e gastando na Primark!
 

De Porto, fui a Guimarães, capital da cultura de Portugal...

Milão, o lugar mais sem graça, hahaha, mas a cara das gêmeas...Duomo.


Verona, onde viveu Romeu, Julieta, perdi meu óculos aí, depois achei!


Ah Veneza, cidade mais incrível, demais!

Moeda para voltar a Roma! hahaha


A preferida: Barcelona.


Primeiro lugar do mochilão com minha irmã: Liverpool, DEMAIS! Beatles pra todo lado...hahaha


De volta a Barcelona, com outro olhar, ainda mais bonita...

No frio da morte em Estocolmo, na Suécia com minha irmã...terra dos vikkings.


Dormindo no aeroporto de Londres para voar pra Berlim, último dia do ano, nessa situação, hahaha!


Reveillón 2013 em Berlim com a galera do RJ que conhecemos...massa!

Comprar na Primark, perdendo a vida!

 Voltando ao Algarve, ver as praias no frio, mais belas ainda que no calor...com minha irmã!

 Berlim, antes de ir pro free tour, galera de novo!

Eu e bula em Frankfurt, cidade mais estranha, legal, fria, chuvosa, hsuahau!


Voltando em Porto, despedindo da Ribeira...ô cidade mais surpreendente.


Feira de rua em Vienna...

Na África, doido demais! Atravessando a Cordilheira dos Atlas...


Noite no deserto do Sahara, tocando tambor dos abduls.

Bratislava, onde cai na patinação no gelo e passei o frio de -99 indo pra balada.

Os banhos termais famosos que o Lucas dizia, foi matéria da GIRO, e tava eu lá!
 
Dublin, costa da Irlanda...passeio com o Rafael, indicado pelo Pedrim!


Encontrando Marrie em Londres!!! Nossa saga de mochilões começava ali.

Dando pala na Torre, huashuashuashusahua! Bizarra a tiração de fotos nesse lugar...


Em Bruxelas, cidade mais louca, da nevasca, do roubo, da carona, da bota descolada da Yandra, do segurança ignorante acusando-nos de roubo, da noite no frio, do megabus da morte, das infinitas caixas de chocolate, de TUDO!


Amsterdam, kkkkkkkkkkkkkkkk! ÊÊ.


Só que não.

Hostel em Paris com minha irmã!

Frio da morte em Praga!

16 países,  dezenas de cidades, lugares então, nem se fala! Muita história pra contar pros netos, hahaha! O lugar que eu mais gostei foi Barcelona, o que eu menos gostei foi Milão, a viagem mais surpreendente foi para o Marrocos, a mais chocante foi para Amsterdam, o pior frio foi -15 em Praga, o pior calor foi 46 graus em Sevilha, o maior perrengue foi passar uma noite na rua sentindo frio em Bruxelas, o souvenir mais barato (não conto, porque muitos vão ganhar o mesmo, hahusuahsuah). Ah, Paris não é nada demais! O porco rosa da Malu e a bandeira do Brasil dos meus pais rodaram comigo em todos esses países, o porco ficou em Amsterdam, a bandeira está na mala de volta, que é amanhã! A melhor balada foi em Faro, chorei no deserto, tive que lidar com polícia e bombeiros, roubei Nutella e Polenguinho do café da manhá pra comer depois, roubei uva no mercado, fiquei no hostel que Van Gogh pintava, mas assaltaram meu quarto durante a noite, fiz uma festa que tinham pessoas de 10 nacionalidades, senti saudade dos meus amigos da sala de aula até cansar, tenho lugar pra ficar nuns 10 estados do Brasil agora, ganhei festa surpresa, abasteci o carro no self service, deixei meu celular na gaveta durante quase 6 meses, comprei MUITA coisa, despachei mala e levo mais 3, passei fome e comi um hamburguer de 1 euro, comi até morrer no rodízio de comida japonesa aqui de Faro, fiz prova de várias páginas, apresentei trabalho para um bando de portugueses, falei inglês a noite toda sem saber, perdi comanda, ganhei comanda em branco, fui pro hospital, levei alguém até ele também, vi duas centenas de pôr-do sol, bebi vinho sozinho, tive 3 cartões de crédito, perdi todos na praia, Iemanjá levou...hoje tenho todos de novo (já zerados!), minhas malas extraviaram, quebraram, hoje elas estão prontas novamente, achei 50 euros, perdi 5, não vi o Papa que reununciou, peguei quase 30 vôos, não perdi nenhum, cansei, vi neve cair, vi nevasca me atormentar, ganhei festa surpresa no skype, soprei vela pra minha sobrinha no aniversário, e muito mais coisa!

Aqueles que levo daqui e aqueles que sent mais falta
Quantas pessoas você não encontra, quantas pessoas que mudam a sua vida, Yandra se tornou minha irmã, Lucas, que dividi quarto é amizade pra vida, todos meus amigos de apartamento, as meninas de cima, os bicho do nordeste, todos aqueles Erasmus que lhe parecaim estranhos não são mais. Se tornaram importantes, conviveram com você e aos poucos cada um foi voltando para sua casa, para sua outra rotina longe daqui. E o que cada um deixou? Lembranças dos momentos mais diversos possíveis...cada um com sua particularidade, com seu jeito de ser...É a mistura que faz toda a diferença. Ah, outra coisa: lidar com o outro. Como isso foi um grande aprendizado, porque todos são extremamente diferentes e você tem que conviver e ir aprendendo a entender cada um, e nesse espelho você se vê e se enxerga, você mesmo te ensina. E com essa multidão de colegas e amigos surgem as promessas de se ver no Brasil, de combinar viagen, encontros mirabolantes, é engraçado como a saudade move as coisas e tira as pessoas da inércia.
E esse fenômeno acontece do lado contrário também. Você sente tanta saudade daqueles que deixaram que estes passam a ter um valor não existente antes. Os amigos se movem para matar a saudade, fazem skype, mandam e-mail, preocupam-se, ligam pra sua casa quando você pede, dão notícias, curtem o que olham no facebook, são verdadeiros virtualmente (o que é muito difícil hoje em dia). Sua mãe faz facebook e aprende a lidar com o bicho da tecnologia só para estar mais perto de você, passa horas ali tentando penetrar no novo mundo em que seu filho tá inserido...e vibra com isso. Digo que um intercâmbio é uma lanterna sob aqueles que te importam. Você acende e vê poucos, mas vê. E isso é um funil tão natural das coisas, te mostra como é tudo na realidade, quem é quem, e quem quer o quê.

Tô aqui agora escrevendo, revivendo tudo isso que vivi, uma amiga chegando de um mochilão de 13 dias, hahaha, me deu duas latas de cerveja e um bombom. Yandra está vendo um filme na casa de cima, ela sempre está com tudo pronto antes de mim. Minha mala ainda não está fechada. E ainda pra somar com tudo isso rolando, daqui a 10 dias é minha formatura e eu ainda não tenho NADA pronto pra isso. Tenho que escrever a homenagem de 9 amigos, tentar assimilar tudo isso é difícil demais. Mala ainda não está fechada, comprei os últimos presentes agora há pouco, conversei no skype. Tô escutando tanta música boa que fez parte desses últimos 6 meses...hahaha, a vida começa a ter mais trilha sonora do que nunca, é impressionante...os cheiros e sons marcam demais.

Na mala volta muito aprendizado e uma fome gigante pelo novo. O que seria de nós se não fosse o novo, se não fosse o sonho. Foi tudo bom demais, mas apenas uma fase, fase marcante que vai ficar pra vida. Pessoas que mudaram sua trajetória de vida. Crescimento pessoal e acadêmico somaram demais. Escutei uma frase aqui que dizia algo em torno de viver as coisas de forma mais equilibrada, tudo tem seu peso, nada é mais do que é, nem menos. Pronto, vivi, foi, passou, se tornou inesquecível, e que venha a depressão pós-intercâmbio, hahaha!

Fico por aqui, saudade de tudo já! Enfim, é isso. Foram 6 meses, agora é uma nova vida. Deixa eu dar meu jeito que daqui a pouco é dia de ir embora. Despedidas, desencontros, adeus a minha cidade pequena...15 horas de viagem de volta ao Brasil. Reencontrar todos aqueles que amo demais. Encontrar de novo também minha casa, minha cachorra, o calor de 40 graus, minha cama, minha tranquilidade.

Até logo.


Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração, escorre pelos olhos.
Bob Marley


...Saudade é amar um passado que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É não ver o futuro que nos convida...
Pablo Neruda

sábado, 22 de dezembro de 2012

Mil mundo num país: Milão e Verona

Fala pessoal! Primeiramente queria falar porque sumi e até um pessoal me perguntou porque eu não estava postando, mas acaba que a falta de tempo, a correria do final de período. Ainda nesse meio tempo fiquei doente, gripado, dor de garganta, e tudo mais, mas enfim, cá estou eu de volta, pra atualizar tudo isso e contar do último rolé pela Europa, Itália. Sem contar que tem mais de 10 dias que estou tentando resolver um problema de capacidade de envio de fotos que tive no Gmail, fiquei com capacidade esgotada, mas depois de muita luta consegui resolver, vamos lá!
Sempre quis ir a Itália, me despertava muito a curiosidade, acho que porque fiz dois anos de italiano e isso acabou me influenciando em ter vontade de ir a esse país. Acabamos esticando mais e ficando quase uma semana por lá, uma semana do ar cheirando a pasta, gelato e cultura. Os preparativos foram os mais corridos, parece que sempre quando vamos viajar tudo se acumula, é sua semana de faxina em casa, tem um encontro marcado pra fazer algum trabalho, skype marcado com alguém, um monte de coisa pra imprimir, ver preço, timetables de trens, voos, etc. É um grande trampo viajar, mas quando você chega e começa e descobrir o lugar você imediatamente vê que valeu muito a pena!

Depois de uma ida a 0 grau quase pra Sevilha, conseguimos voar. O fato da palavra conseguir se remete a outro fato das mochilas da Ryanair. É assim, você pode levar uma mala dentro do avião, mas ela tem que ser nas medidas e nos pesos, mas isso na totalidade das vezes está em desacordo, ou seja, uma mochila GIGA e super pesada. Porém, aquele povo do aeroporto de Sevilha parece não ter alma, sempre pedem pra enfiar a mala na "caixinha da Ryanair", pra ver se cabe, e isso é na fila de embarque, um stress sem fim. Depois de enfiar, subir em cima, tirar coisa, vestir, botar roupa em todo mundo, apertar, foi. Na vez da Yandra a mesma luta, e com o voo quase fechando, nós dois os últimos, ela me perde o passaporte...KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK! Uma amiga nossa segurou na hora do stress e embarcou com ele, mas na hora do aperto ela aparece de volta e entrega o passaporte...No meio disso Yandra perdeu uma luva de couro nova, mas foi, conseguimos voar! (Isso porque ainda tenho um caso hilário da volta de Roma). Aí...ok! Chegamos em Bergamo, cidade do lado de Milão, pegamos o bus e lá estava na capital mundial da moda. Tudo em Milão é moda, é chique, é extravagante, é demais, é luxuoso. Ficamos na casa de um amigo da Aline deixou a gente ficar num apê que ele alugava! Ficamos de patrão, com chave e tudo, hahahaha! O lugar era super central, quase não gastamos com transporte. Valeu Júnior!


Milão é uma cidade totalmente diferentes das que eu já fui. Já chegando na estação você vê que as pessoas desfilam ao ar livre, são TODAS extremamente bem arrumadas, vestem roupas de grife de cima em baixo, e isso é a coisa mais comum. Vestir peças que custam algumas cifras em euros é totalmente comum por lá. E é a cidade em que as pessoas não tem medo de vestir nada, tudo está na moda, tupo pode, porém, tudo com muita classe. A cidade não tem lá seus grandes monumentos históricos, mas algumas coisas valem a pena conhecer, uma delas é o sorvete, numa loja pequena chamada GROM, literalmente o sorvete mais incrível que já cmi na minha vida. Muito bom mesmo! O clima da cidade é agradável, você vai andando pelas ruas e vê todas as lojas mais caras do mundo. De verdade! São casacos nas vitrines de 30 mil euros, relógios Rolex que os preços nem merecem ser mencionados aqui, hahaha.
A grande Piazza Duomo é demais! Lá tem a grande catedral que dá nome a praça. A Duomo é gigantesca e bela. Uma arquitetura cheia de detalhes, e por dentro a igreja também é bem legal, com uma infinidade de obras de arte. O clima de natal toma a Europa e muitos enfeites, árvores, ruas iluminadas deixam o clima natalino das cidades ainda melhor. Nessa praça mesmo tinha uma árvore gigante! Outro detalhe de Milão, um dos mais famosos é a Galeria Vittorio Emanuelle, a galeria da moda em que se acumulam as lojas mais famosas, como Prada, LV, Gucci, Armani, essas coisas que na maioria das vezes só estamos acostumados em ver na TV.








 Gordice! Doce de figo com chocolate...

Milão é uma cidade singular, porque gira o tempo todo em torno da moda. E é esse o grande atrativo da cidade que com um dia você consegue conhecê-la. Tudo é bem perto...você conhece tudo andando, mesmo estando bem frio como estava. O outono é visível nas árvores e no chão dos parques, que são tomados por flores amarelas e folhas que caem das árvores. Enfim, Milão foi uma cidade que passou. Não é marcante e nem gostaria de voltar. Ainda bem que comecei mal para depois me deslumbrar com as outras cidades da Itália que conheci, isso foi muito bom na viagem, porque fui cada vez mais me surpreendendo...

Verona
Acordamos bem cedo em Milão, arrumarmos o quarto, deixamos um bilhete pro Júnior, demos um jeito de enfiar a chave no buraco da chave mestra, haushauhsuahsuah! Ficamos com medo dele não conseguir entrar em casa, mas deu tudo certo. Mas não sabemos se ele teve ainda que chamar um chaveiro. Pois, fomos pra estação, os comboios estavam entrando de greve, mas o nosso saiu e lá fomos todos rumo a Verona, a capital mundial do amor. A viagem de trem foi demais, ao fundo os alpes italianos cheios de neve, lagos cobertos de neblina, paisagens e campos verdes com aquela neve lá em cima, duas horas de viagem que puderem ser apreciadas. E Yandra sempreeeeeeeeeeeee dormindo, e eu viajando!
Como saímos de Milão bem cedo chegamos em Verona no início da manhã, porém estávamos todos com um mega mochilão, e não iríamos dormir em Verona, porque a cidade é muito pequena, com um dia iríamos conhecer tudo por lá. Além disso nossa próxima cidade era Veneza, e o trem pra lá estava a metade do preço no fim desse dia...logo, precisávamos guardar nossa mochila, isso era um fato. O outro fato é que seria muito difícil uma vez que eram muitas, estava em plena manhã gelada...não tinha ninguém na rua! Andamos pra lá, pra cá, pra lá, pra cá! Fomos hum hotel super caro, queríamos alugar um quarto pra botar todas as malas, mas a mulher disse que o hotel, por medida de segurança contra o terrorismo, não alugava quartos com essa finalidade. Pensei em aluhar um carro, botar tudo lá dentro e trancar, mas a locadora era do outro lado da cidade. Todos de mal humor, com aquela mochila de mais de 10kg, sem saída. Eis que Aline tem uma ideia: vamos pedir pra deixar na igreja! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk! Depois de 10 minutos conversando com o padre que era italiano, falava português FLUENTE e adorava o Brasil, nossas mochilas estavam devidamente guardadas na sacristia na igreja, hahahaha! Rimos até a barriga doer, a igreja cheia e um monte de peregrinos de um lado pro outro.
Verona é uma cidade encantadora. Pequena, com ar medieval, mas ao mesmo tempo moderna e cheia do povo italiano simpático. Isso merece ser destacado: que hospitalidade do povo italiano! Demais. Atravessamos a cidade "moderna" e chegamos na cidade história, onde tem tudo sobre Romeu e Julieta, uma grande arena onde ocorriam os duelos entre os guerreiros, etc. Além disso muitos jardins, palácios, castelos, ruas cheias de pequenas casas coloridas, criando no total a atmosfera de uma cidade muito legal.




 





Como Verona é uma cidade bem pequena existem muitas feiras nas ruas, daquelas bem tradiocionais mesmo, vendendo de tudo, desde espetinho de frutos do mar a chocolate quente, como também as máscaras de carnaval, típicas desssas cidades do sul da Itália, é bem interessante. Junto a isso, lá tinha um grande mercado de Natal, vendendo vários artigos natalinos e com muitas barracas com possíveis presentes de natal mai simples, como sabonetes, chás, velas, objetos miúdos. Como eu gosto MUITO de Natal, foi uma impressão bem positiva que fez com que a cidade se tornasse ainda mais aconchegante.







O tempo na cidade estava bem frio, era o pior frio que estávamos pegando até ali, além disso muito vento e no final do dia uma chuva fina que deu uma pesada. Mas a cidade é tão boa que não estava nem aí, rodamos até de noite, conhecemos bastante coisa. De tarde, quando estava num jardim esqueci a caixinha com o óculos Ray-Ban no chão, passou umas duas, três horas e lembrei. Fiquei PUTO! Qual a chance do óculos estar lá ainda? O jardim era turístico e com certeza alguém já tinha levado...O povo falou que era pra voltar, Yandra foi comigo, mas eu estava desacreditado. Acreditam que quando cheguei lé e perguntei, estava separado com um senhor na portaria? Isso é a mentalidade das pessoas por aqui. Massa!

Romeu e Julieta

A principal coisa a se fazer em Verona, sem ser bater perna, comer massa, tomar sorvete, comprar postais, andar nos dois lados da cidade, ter que cruzar a ponte com visual foda, é viver no tempo de Romeu e Julieta. Reza a famosa lenda que as cartas entregues na casa de Julieta são respondidas por secretarias de Julieta. Muitos apaixonados viajam milhas para entregar uma carta diretamente lá para terem seus casos e dúvidas no amor respondidas. Muito mais lenda e áurea romântica do que de fato um romantismo verdadeiro. Mas vamos lá, a casa é legal, tem um átrio cheio de raízes de plantas, bem medieval mesmo, as paredes são completamente escritas com frases, nomes e poemas de todos que já passaram por lá. Nos portões da casa da moça são prendidos milhares de cadeados com nomes de personagens de histórias de amor do mundo todo. A famosa varanda em que Julieta esperava Romeu continua ali, intacta, e sua estátuo fica bem na porta da casa. Reza também outra lenda que se você tocar no seio direito dela, terá frutos no amor, hahaha. Já que eu tava lá, passei a mão no seio gelado de bronze, vamos ver a resposta, Zzzzz...





Depois de pegar nossas mochilas na igreja, descansamos, o frio começou a apertar demais, e ainda juntou que tinhamos molhado com a chuva que tinha caído, foi meio pesado. Andamos num gelo, achamos um apizza pra comer, pedimos uma pra cada, ficamos ali no quente do aquecedor (aqui no inverno todas as lojas tem aquecedor), e depois fomos pra estação pegar o outro comboio pra Veneza. Verona foi aquela cidade que nos surpreendeu demais, daquelas que você passaria uma semana se relacionando mais de perto com o cotidiano da cidade, das pessoas e do clima do lugar.




Bom galera, até aí as coisas estavam bem demais! Depois ficaram ainda melhores, conto tudo n'outro post sobre a Itália!

Ah, minha mana chegou aqui em Faro, foi emocionante demais, fiquei muito ansioso, trouxe uma mala cheia de coisas boas do Brasil, minha mãe me mandou um pisca-pisca de led, mas queimou na tomada, hahaha! Enfeites de natal, feijão, suco de pózinho, nescau e leite em pó, hehehe, Brasil! No mesmo dia fomos pra balada levar ela pra conhecer a noite, foi PESADO! Porém, ela nem esquentou lugar e já partiu para o Marrocos! Amanhã ela chega novamente, vem Natal que vai ser massa, em família, e depois partimos pro frio do ano novo. Berlim, e daquelas cantos de lá! Fui!

Feliz Natal e Ano Novo, cheio de luz, energias positivas e bons pensamentos a todos.